31 dezembro 2006

Saddam Hussein; ou, O Moderno Frankenstein

Numa noite, nos Estados Unidos, em 1989, o presidente pensa um pouco em seu laboratório secreto na Casa Branca.
– Não, não pode ser assim. Se Deus pode controlar a vida, porque eu não posso? Sim, é isso. Posso ter controle sobre a vida.
E, assim sendo, o presidente começa a buscar por matéria prima para sua experiência: corpos humanos. E ninguém no mundo tinha um maior estoque de corpos do que ele mesmo, que conseguiu uma quantidade enorme no Japão 44 anos antes.
Tendo juntado os pedaços (no real sentido da frase), o presidente começou a parte crítica do plano: elevou o corpo numa plataforma até estar próximo de um monte de fios soltos e outras coisas que dão um belo choque. E, depois que o choque foi dado, algo se mexeu na plataforma.
– Está vivo! Está vivo!!! – Gritou o presidente. – Agora precisa de um nome...
O recém-criado, que, como todo mundo que acaba de chegar ao mundo não sabia falar direito, balbuciou alguma coisa:
– Sa... aruzei...
– Como é que é? – Perguntou o presidente.
– Dada... Ussei...
– Fala direito moleque! – Disse o presidente dando um tapa na nuca no “filhote”.
– Sadam Husseim, porra!!!
– Ah! Agora sim, dá pra entender... Ou quase. Saddam, sendo cria minha, vou te dar muito poder. Agora, vai lá e joga esse poder todo em cima do Iran em forma de bombas que aquela terra não nos agrada muito.
Obedientemente, Saddam foi até lá e fez exatamente o que lhe foi mandado. Até que um dia, ele teve uma idéia:
– Peraí! Para tudo! Se eu posso jogar bomba, que seja em quem eu quiser. E eu nunca gostei do Kwait mesmo... Kuwait... Ku-wait... Ku-white... Cu branco, hehehe...
E, dessa forma, Saddam (que sofria de sérios problemas com trocadilhos, como visto acima) resolveu invadir o Kuwait.
De volta aos EUA, um cara de terno chega até o presidente e fala no ouvidinho dele:
– Saddam está invadindo o Kwait.
...
Depois de longos dez minutos sem nenhuma reação, o presidente pergunta:
– Como?
– Saddam está invadindo o Kwait.
– Ah ta... Kuwait? Essa é a capital do Brasil?
– Não senhor, é um pequeno país no oriente médio.
– Droga! Eu não mandei ele invadir nada! Mandei?
– Não senhor. Essa invasão não nos traz nada de bom.
– Então vamos acabar com isso! Invente uma desculpa qualquer, aquela baboseira de democracia, liberdade e coisa e tal. Faz com que ninguém goste do Saddam.
– Sim senhor.

Quinze anos depois, o cara de terno volta.
– Presidente! Novas descobertas geográficas inéditas no nosso país revelaram que o Iraque tem petróleo!
– Oh, que pena. Mande um médico examinar o coitado, sim?
– Senhor, petróleo não é doença. É algo que pode nos tornar mais ricos.
– Ah, então toma isso do tal do Iraque!
– Senhor, a cria de seu papai, Saddam Hussein, está comandando o Iraque.
– Bem, nesse caso, inventa uma desculpa e manda inspecionar tudo lá.
Porém, quando os inspetores chegaram ao Iraque, Saddam, muito emputecido, mandou todos de volta.
– Ninguém mexe nas minhas coisas! – Disse Saddam.
– Saddam, você foi criado por nós! Tem que obedecer! – Disse o presidente.
– Não!!! Não sou seu! Eu também posso ter uma terra minha! Só minha! Eu também sou um ser vivo!
– Meu deus! Está fora de controle!!! Está se voltando contra seu criador! Chamem reforços! Prendam-no!
E, assim, Saddam foi preso e levado a julgamento.
– Saddam Hussein – Disse o juiz – Você está condenado à morte por ter a má sorte de não ter conseguido um julgamento decente.
Dessa forma, Saddam foi executado.

Mais tarde, na Casa Branca, o presidente conversa com o cara de terno:
– Você achava possível que uma criação nossa pudesse fazer isso?
– Não senhor. Mas lembre-se: executou algo criado pelo seu papai.
– Será que ele vai sentir falta?
– Não se preocupe, estamos encomendando um novo para mandarmos para um país diferente que tenha petróleo. 



NOTAS:
Você não vai gostar nada desse texto se não entende um pouco do caso Saddam/Iraque.
Personalidades usadas nesse texto foram maltratadas, mas não para que ele fosse escrito.
Os fatos históricos narrados acima aconteceram de forma BEM diferente; não o use como fonte de pesquisa acadêmica!